sexta-feira, 30 de março de 2012

REFLEXÕES SOBRE O CONSELHO ESCOLAR

                                    

Os Conselhos Escolares se bem trabalhados constituem-se num poderoso instrumento de democratização da escola.

O Programa Nacional de Fortalecimento de Conselhos Escolares, enfatiza como diz o nome, fortalecer os Conselhos Escolares, e no Caderno 1 desse programa, vimos que é através da formação de dirigentes, para que na seqüência formem conselheiros dos diversos segmentos da comunidade escolar. Assim adquirem consciência de seu papel na escola, na sociedade como um todo e tornam-se aptos a debater e aprofundar-se no princípio constitucional da gestão democrática da educação.

É o primeiro passo para garantir a participação efetiva das comunidades escolar e local, mas muito a que se trabalhar para atingir os objetivos deste Programa.

Nossa sociedade vive um momento muito rico, de profundas transformações rumo a real democracia. E a escola como não poderia deixar de caminhar nessa mesma direção, precisa articular-se para poder formar um Conselho Escolar forte, coeso, que entenda bem suas funções, que elencamos abaixo:



A escola e a comunidade são realidades complexas, cada uma dentro da sua especificidade. Nesse sentido, o processo de construção do projeto político-pedagógico não é algo que se realiza com facilidade e rapidez.

O incentivo do poder público e o compromisso dos gestores educacionais com esse processo são importantes, pois o desenvolvimento e o acompanhamento do projeto político-pedagógico exigem espaço e tempo para análise, discussão e reelaboração permanentes, assim como um ambiente institucional favorável, que assegure condições objetivas para a sua concretização. Ora, cabe exatamente aos Conselhos serem incentivadores da criação desse ambiente para assegurar as condições objetivamente necessárias, quais sejam: professores e funcionários qualificados, salários dignos, infra-estrutura necessária para um bom desempenho da unidade escolar, clima mobilizador etc.

a) Deliberativas: quando decidem sobre o projeto político-pedagógico e outros assuntos da escola, aprovam encaminhamentos de problemas, garantem a elaboração de normas internas e o cumprimento das normas dos sistemas de ensino e decidem sobre a organização e o funcionamento geral das escolas, propondo à direção as ações a serem desenvolvidas. Elaboram normas internas da escola sobre questões referentes ao seu funcionamento nos aspectos pedagógico, administrativo ou financeiro10.

b) Consultivas: quando têm um caráter de assessoramento, analisando as questões encaminhadas pelos diversos segmentos da escola e apresentando sugestões ou soluções, que poderão ou não ser acatadas pelas direções das unidades escolares.

c) Fiscais (acompanhamento e avaliação): quando acompanham a execução das ações pedagógicas, administrativas e financeiras, avaliando e garantindo o cumprimento das normas das escolas e a qualidade social do cotidiano escolar.

d) Mobilizadoras: quando promovem a participação, de forma integrada, dos segmentos representativos da escola e da comunidade local em diversas atividades, contribuindo assim para a efetivação da democracia participativa e para a melhoria da qualidade social da educação (Ministério da Educação, 2004, p.40, 41).



Para poderem cumprir as atribuições dos Conselhos Escolares, que são:



● elaborar o Regimento Interno do Conselho Escolar;

● coordenar o processo de discussão, elaboração ou alteração do Regimento Escolar;

● convocar assembléias-gerais da comunidade escolar ou de seus segmentos;

● garantir a participação das comunidades escolar e local na definição do projeto político-pedagógico da unidade escolar;

● promover relações pedagógicas que favoreçam o respeito ao saber do estudante e valorize a cultura da comunidade local;

● propor e coordenar alterações curriculares na unidade escolar, respeitada a legislação vigente, a partir da análise, entre outros aspectos, do aproveitamento significativo do tempo e dos espaços pedagógicos na escola;

● propor e coordenar discussões junto aos segmentos e votar as alterações metodológicas, didáticas e administrativas na escola, respeitada à legislação vigente;

● participar da elaboração do calendário escolar, no que competir à unidade escolar, observada a legislação vigente;

● acompanhar a evolução dos indicadores educacionais (abandono escolar, aprovação, aprendizagem, entre outros) propondo, quando se fizerem necessárias, intervenções pedagógicas e/ou medidas;

● elaborar o plano de formação continuada dos conselheiros escolares, visando ampliar a qualificação de sua atuação;

● aprovar o plano administrativo anual, elaborado pela direção da escola, sobre a programação e a aplicação de recursos financeiros, promovendo alterações, se for o caso;

● fiscalizar a gestão administrativa, pedagógica e financeira da unidade escolar;

● promover relações de cooperação e intercâmbio com outros Conselhos Escolares (Ministério da Educação, 2004, p.48, 49).



Neste colegiado e considerando a contribuição fundamental da escola pública para a construção de uma cidadania participativa e a tomarmos como um prática permanente e coletiva veremos que os Conselhos Escolares são, primordialmente, o sustentáculo de projetos político-pedagógicos que permitem a definição dos rumos e das prioridades das escolas numa perspectiva emancipadora, que realmente considera os interesses e as necessidades da maioria da sociedade.



O projeto político-pedagógico elaborado apenas por especialistas não consegue representar os anseios da comunidade escolar, por isso ele deve ser entendido como um processo que inclui as discussões sobre a comunidade local, as prioridades e os objetivos de cada escola e os problemas que precisam ser superados, por meio da criação de práticas pedagógicas coletivas e da co-responsabilidade de todos os membros da comunidade escolar. Esse processo deve ser coordenado e acompanhado pelos Conselhos Escolares (Ministério da Educação, 2004, p.35).



Nessa tarefa de elaboração do projeto educativo não se pode deixar de considerar a experiência acumulada pelos profissionais da educação de cada escola, a cultura da comunidade e os currículos locais, a troca de experiências educacionais, uma bibliografia especializada, as normas e diretrizes do seu sistema de ensino e as próprias Diretrizes Curriculares Nacionais.

Nesse contexto de elaboração do projeto político-pedagógico da escola o Conselho Escolar tem como competência debater e tornar claros os objetivos e os valores a serem coletivamente assumidos, definindo prioridades, contribuindo para a organização de um cotidiano de reuniões de estudo e reflexão contínuas, que inclua, principalmente, a avaliação do trabalho escolar.

Nesse caminhar há a criação de um novo cotidiano escolar, onde escola e comunidade se identificam e se unem para superar os grandes desafios escolares imediatos ou não da escola e da sociedade brasileira.



A escolha dos membros dos Conselhos Escolares deve-se pautar pela possibilidade de efetiva participação: o importante é a representatividade, a disponibilidade e o compromisso; é saber ouvir e dialogar, assumindo a responsabilidade de acatar e representar as decisões da maioria, sem nunca desistir de dar opiniões e apresentar as suas propostas, pois os Conselhos Escolares são, acima de tudo, um espaço de participação e, portanto, de exercício de liberdade (Ministério da Educação, 2004, p.45).





Cabe aqui um comentário pessoal. Tudo que vimos nesse caderno é o ideal, mas a realidade está muito distante dessa visão. Temos uma equipe pedagógica muito restrita, sem professores adjuntos, professores que devido aos baixos salários necessitam dobrar o período de trabalho, fazendo a famosa “dobradinha” estado e prefeitura, ou estado e particular e por ai vamos. Dificilmente conseguimos unir a equipe escolar como um todo para o planejamento da Unidade Escolar, devido a essas peculiaridades. O esforço é grande para unir as opiniões de um, dois e até três grupos, para costurar o planejamento, plano ou que seja discutido.

O quadro de funcionários administrativos nem sempre está completo e em nossa escola, vivemos essa dura realidade.

A comunidade por sua vez, também é composta em grande parte por pais que por trabalharem, não comparecem à unidade escolar, nem para a reunião de pais e educadores, quanto mais para as reuniões de conselho. São pais despreparados para exercer a democracia, serem cidadãos. Para compor o conselho, não precisamos nos preocupar com escolhas, pois poucos os pais que voluntariamente se apresentam, e dependendo das exigências do cargo e suas possibilidades pessoais e que os colocamos numa ou outra diretoria.

Tantos são os desafios que temos a transpor, que embora acredite nas mudanças e que elas são possíveis, essa conquista é árdua.

Estou na Rede Municipal de Guarulhos há 18 anos, trabalhando e acreditando que as mudanças acontecerão que no próximo ano será melhor. E agora estou muito confiante de que com este curso, instrumentalizando-me mais e aplicando os conhecimentos adquiridos, possa mesmo mudar o panorama de nossa escola, com a melhora das relações com a comunidade, pois como diz o texto do Ministério da Educação (2004, p.55) “é grande a importância dos Conselhos Escolares para a busca de transformações no cotidiano escolar, transformações essas orientadas pelo desejo de construção de uma sociedade igualitária”.

Nossa escola possui um conselho escolar que ainda não de forma satisfatória, mas temos trabalhado para essa mudança. Com a sala de T.E., aprendemos algumas coisas que achamos determinantes para o bom funcionamento desse órgão.

A escola não pode deixar de levar em consideração a importância do reconhecimento e do respeito ao saber e a cultura dos alunos no processo didático-pedagógico da escola e também não pode deixar de integrar o saber e a cultura da comunidade.

A escola sendo uma instituição especializada e indispensável para impulsionar a produção humana, não pode apenas disseminar informação, pois assim torna-se uma escola discriminatória, negando a educação ampla, limitando suas possibilidades.

Com o Caderno 3, pudemos entender que embora tenhamos todas as boas intenções ao elaborarmos nosso Projeto Político Pedagógico, temos percorrido esse caminho de não integrar o saber e a cultura da comunidade na escola, até fazemos algumas inserções dessa cultura na escola, mas de forma passageira, esporádica e que não se constitui uma prática efetiva, o que pode estar causando o insucesso do nosso Conselho Escolar, com o desinteresse pela participação no mesmo, devido à pouca valorização que nossa escola tem dado à sua cultura de forma geral, reconhecemos com o texto do Caderno 3 do Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares que estuda o respeito e a valorização do saber e da cultura do estudante e da comunidade, essa deficiência em nossa atuação.

Nosso Conselho é composto por pais de alunos, visto que nossos alunos são menores de idade, professores e funcionários da escola.

No Calendário Escolar estão previstas reuniões bimestrais, quatro por ano e algumas extraordinárias quando surgem necessidades urgentes.

Nossos pais, mesmo conselheiros, não comparecem, embora convidados, às reuniões de planejamento didático-pedagógico e nem acompanham o cotidiano escolar. Nas reuniões previstas, assuntos pertinentes ao P.P.P. e ao cotidiano da escola, são discutidos quando requerem aprovação dos Conselheiros, a pedido da Secretaria da Educação.

Geralmente as reuniões são convocadas pela diretora da escola e presidente nata da diretoria deliberativa e por conseqüência também elabora as pautas das reuniões, estas com a contribuição da equipe escolar.

Na reunião, a diretora da escola, apresenta a pauta e após a discussão dos assuntos, por ordem de relevância, oferece a palavra aos presentes, havendo necessidade de maiores esclarecimentos, os mesmos serão prestados.

A participação da comunidade é bem pequena e sem expressividade. Dentro que acreditávamos até o momento, toda a abertura, é oferecida para que se expressem livremente, mas a postura da maioria é sempre de ouvir e quase nada de opinar.

Como dissemos no corpo deste texto, aprendemos que temos que valorizar mais a cultura e o saber da comunidade trazendo toda essa bagagem para dentro da escola e partindo dela para os eixos do QSN - Quadro de Saberes Necessários de nossa Rede de Ensino. Ainda não sabemos como será esse novo caminhar, mas vamos daqui para frente nos envolver nessa discussão com a equipe escolar e estabelecer diálogo, pesquisar mais profundamente os desejos da comunidade e os movimentos culturais existentes nesse universo, mudando a forma de relacionamento entre nós e talvez esteja mesmo aí, a raiz do problema que enfrentamos: a não participação da comunidade no Conselho Escolar. E paralelamente, já temos marcada a primeira formação de conselheiros escolares, em parceria com a Secretaria da Educação.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Secretaria de Educação Básica. Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares – Caderno 1. Brasília: MEC, 2004.


MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Secretaria de Educação Básica. Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares – Caderno 3. Brasília: MEC, 2004.

REFLEXÕES SOBRE O CONSELHO ESCOLAR

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

PAIS BRILHANTES

Educar é realizar a mais bela e complexa arte da inteligência, é acreditar na vida, mesmo que derramemos lágrimas, é ter esperança no futuro, mesmo que os jovens nos decepcionem no presente, é semear sabedoria e colher com paciência, é ser um garimpeiro que procura os tesouros do coração. Pais e professores precisam adquirir hábitos de pais brilhantes e professores fascinantes para revolucionar a educação. Se praticados, estes hábitos poderão enriquecer a relação entre pais e filhos, professores e alunos. A família podem se tomar um jardim de flores, e a sala de aula, um lugar aprazível. Pais ricos ou pobres, escolas ricas ou carentes podem praticar hábitos que contribuirão para desenvolver características fundamentais da personalidade. Há um mundo a ser descoberto dentro de cada criança e de cada jovem. Só não consegue descobrí-Io quem está encarcerado dentro do seu próprio mundo,


SETE HÁBITOS DOS PAIS BRILHANTES

1. Bons pais dão presentes, pais brilhantes dão seu Próprio ser

Bons pais atendem, dentro das suas condições, os desejos dos seus filhos. Fazem festas de aniversário, compram produtos eletrônicos, proporcionam viagens. Pais brilhantes dão algo incomparavelmente mais valioso aos filhos. Algo que todo o dinheiro do mundo não pode comprar: o seu ser, a sua história, as suas experiências, as suas lágrimas, o seu tempo. Este hábito dos pais brilhantes contribui para desenvolver em seus filhos: auto-estima, proteção da emoção, capacidade de trabalhar perdas e frustrações, de dialogar, de ouvir.

2. Bons pais nutrem o corpo, pais brilhantes nutrem a personalidade

Bons pais cuidam da nutrição fisica dos filhos. Estimulam-nos a ter uma boa dieta, com alimentos saudáveis. tenros e frescos. Pais brilhantes vão além. Sabem que a personalidade precisa de uma excelente nutrição psiquica. Este hábito dos pais brilhantes contribui para desenvolver: reflexão, segurança, liderança. otimismo, supcração de medo, prevenção de conflitos.

3. Bons pais corrigem erros, pais brilhantes ensinam a pensar

Entre corrigir erros e ensinar a pensar existem mais mistérios do que imagina nossa vã psicologia. Não seja um perito em  criticar comportamentos inadequados, seja um perito em fazer seus filhos refletirem. As velhas broncas e os conhecidos sermões definitivamente não funcionam, só desgastam a relação. Este hábito dos pais brilhantes contribui para desenvolver: consciência crítica, pensar antes de agir, fidelidade, honestidade, capacidade de questionar responsabilidade social.

4. Bons pais Preparam os filhos para os aplausos, pais brilhantes preparam os filhos para os fracassos

Estimule seus filhos a ter metas, a procurar o sucesso no estudo, no trabalho, nas relações sociais, mas não pare por ai. Leve-os a não ter medo dos seus insucessos. Não há pódio sem derrotas. Pais brilhantes mostram que as belas flores surgem após o mais rigoroso inverno, E.ite hábito dos pais brilhantes contribui para desenvolver: motivação, ousadia, paciência, detenninação, capacidade de superação, habilidade para criar e aproveitar oportunidades.

5. Bons pais conversam, pais brilhantes dialogam como amigos

Entre conversar e dialogar há um grande vale. Conversar é falar sobre o mundo que nos cerca, dialogar é falar sobre o mundo que somos. Dialogar é contar experiências, é segredar o que está oculto no coração, é penetrar além da cortina dos comportamentos, é desenvolver inteligência interpessoal, Este hábito dos pais brilhantes contribui pam desenvolver: solidariedade, companheirismo, prazer de viver, otimismo, inteligência interpessoal.

6. Bons pais dão informações, pais brilhantes contam historias

Bons pais são uma enciclopédia de informações, pais brilhantes são agradáveis contadores de história. São criativos, perspicazes, capazes de extrair das coisas mais simples belíssimas lições de vida. Cativem seus filhos pela sua inteligência e afetividade. não pela sua autoridade, dinheiro ou poder. Este hábito dos pais brilhantes contribui para desenvolver: criatividade, inventividade, perspicácia, raciocínio esquemático, capacidade de encontrar soluções em situações tensas.

7. Bons pais dão oportunidades, pais brilhantes nunca desistem

Bons pais são tolerantes com alguns erros dos seus filhos, pais brilhantes jamais desistem deles, ainda que os filhos os decepcionem e adquiram transtomos emocionais. O mundo pode não apostar em nossos filhos, mas jamais devemos perder a esperança de que eles se tomem grandes seres humanos. Pais brilhantes são semeadores de idéias e não controladores dos seus filhos. Aprenda a dizer "não" para seus filhos sem medo. Se eles não ouvirem "não" de seus pais, estarão despreparados para ouvir "não" da vida.

Este hábito dos pais brilhantes contribui para desenvolver: apreço pela vida, esperança, perseverança, motivação, detenninação e capacidade de se questionar, de superar obstáculos e de vencer fracassos.

Pais do mundo todo se sentem perdidos, sem solo para andar, sem ferramentas para penetrar no mundo dos seus filhos.

Para educar precisamos aprender sempre e conhecer na plenitude a palavra paciência. Quem não tem paciência desiste, quem não consegue aprender não encontra caminhos inteligentes. Infelizes dos pais que não conseguem aprender com seus filhos e corrigir rotas. A vida é uma grande escola que pouco ensina para quem não sabe ler.

Em nome de todos os filhos do mundo, agradeço a todos os pais por tudo o que fizeram por nós. Obrigado pelos seus conselhos, carinho, broncas, beijos. O amor os levou a correr todos os riscos do mundo por nossa causa. Vocês não deram tudo o que queriam para cada filho, mas deram tudo o que tinham. Vocês deixaram seus sonhos para que pudéssemos sonhar. Deixaram seu lazer para que tivéssemos alegria. Perderam noites de sono para que dormíssemos tranqüilos. Derramaram lágrimas para que fossernos felizes, Perdoem-nos pelas falhas e principalmente por não reconhecermos seu imenso valor. Ensinem-nos a sermos seus amigos ...

Nossa dívida é impagável. Nós lhes devemos o amor ...

(Frugmelllo.\' do livro f'uis BrilhanlL'S I'nfes:wl'es FuseillUllles de AUglL~I(J ('Ul'v)

Dar limites: Uma tarefa difícil


segunda-feira, 27 de junho de 2011

PARA SER PROFESSOR É PRECISO TER VOCAÇÃO

FORMAÇÃO CONTINUADA
MITOS E VERDADES
1 Para ser um bom professor é preciso ter dom e vocação
Por que é um mito A docência não é uma capacidade inata, e sim uma carreira que, como outras, pressupõe esforço pessoal e formação que possibilitem o domínio de aspectos teóricos e práticos ligados à aprendizagem. Por que derrubá-lo Um dos grandes desafios do país é a revalorização da carreira docente - com bons salários e condições de trabalho dignas para os educadores. Para que isso ocorra, é necessário que todos tenham acesso à formação inicial e continuada de qualidade. Só com estudos constantes, planejamento e dedicação, é possível ser um bom professor, ou seja, ensinar todos os estudantes.

"Não é admissível que alguém lecione apenas porque gosta de crianças ou acredita que leva jeito. A docência exige conhecimentos científicos."
Carlos Roberto Jamil Cury, professor titular aposentado da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
2 A função mais importante da escola é formar cidadãos
Por que é um mito Não se pode desvalorizar a cultura escolar propriamente dita para dar mais importância a dimensões extracurriculares. Por que derrubá-lo Não há como ser contra oferecer uma Educação integral aos estudantes e ensiná-los para a cidadania - ideia que começou a chegar à escola no fim do século 19. Nos últimos anos, inúmeros temas foram incorporados desenfreadamente ao currículo com esse objetivo. Porém isso não pode tomar mais tempo e energia dos professores do que atividades básicas, como a alfabetização e o ensino dos conteúdos de cada uma das disciplinas. Para dar conta dessa formação tão ampla, a articulação é o caminho. Outras instituições além da escola - como espaços culturais e asssociações comunitárias - podem contribuir com a aprendizagem de aspectos relacionados à cidadania e à cultura.

"As aprendizagens escolares são uma condição fundamental da cidadania. Ninguém é cidadão, de corpo inteiro, se não conhecer a língua e a história, a matemática e as ciências, a filosofia e as artes."
António Nóvoa, educador português e reitor da Universidade de Lisboa.
3 Criança pobre não aprende
Por que é um mito Todos podem aprender, independentemente de sua condição socioeconômica. Por que derrubá-lo A ideia de que crianças das camadas mais pobres não avançam nos estudos é fruto de um déficit histórico do país com a Educação. Somente na década de 1990, o Brasil conseguiu ultrapassar a marca de 90% da população de 7 a 14 anos no Ensino Fundamental - hoje esse índice é de 97,6%. Isso possibilitou a inclusão na escola de milhares de crianças, cujos pais, em sua maioria, estiveram fora do sistema de ensino. Muitas chegaram - e ainda chegam - às salas de aula sem nunca ter tido acesso a livros, revistas e jornais, por exemplo. Esses, no entanto, não são motivos para que haja dificuldades na compreensão dos conteúdos. Se o país avançou na ampliação do acesso e estudar é um direito universal, cabe agora ao sistema oferecer um ensino de qualidade, garantindo a permanência de todos nas salas de aula. A solução é permitir que cada estudante avance do ponto em que está. Ao fim da Educação Básica, espera-se que todos tenham as mesmas oportunidades, independentemente de seu contexto econômico e social. Para que isso ocorra, vários fatores são essenciais: formação inicial e continuada de qualidade para a equipe escolar, infraestrutura, um currículo coerente com a realidade local e um acompanhamento constante.

"A escola é, por excelência, o espaço da garantia da aprendizagem. Se o contexto social dos alunos não contribui, cabe a ela proporcionar as oportunidades necessárias."
Maria do Pilar Lacerda Almeida e Silva, secretária de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC).
4 Educação se aprende em casa. Cabe à escola apenas ensinar os conteúdos
Por que é um mito A escola, além de dar conta do currículo das disciplinas, também é um espaço de socialização, em que se aprendem regras de convivência e o respeito às diferenças. Por que derrubá-lo É papel da família, sem dúvida, orientar as crianças para que elas dominem algumas regras básicas de conduta. Essa tarefa, entretanto, não é apenas uma atribuição dos pais. A escola também é responsável por ensinar regras coletivas, que são valorizadas pela cultura da sociedade de que ela faz parte, e que nem sempre são seguidas em casa. É essencial para os estudantes ter outros adultos como referência, além da própria família. O professor, certamente, é um deles e, por isso, pode causar um impacto muito positivo na vida deles.

"Não é justo esperar que os pais, cuja maioria tem escolaridade menor que a dos filhos, ensinem a eles todas as habilidades e competências que precisam ser aprendidas ao longo da vida."
Patrícia Mota Guedes, pesquisadora da Fundação Itaú Social, em São Paulo.
5 Para os pequenos, livros ilustrados e com texto curto são os melhores
Por que é um mito Desde cedo, as crianças precisam ter contato com bons livros, não só com belas ilustrações, mas também com narrativas de qualidade. Isso é o que torna a leitura prazerosa. Por que derrubá-lo No passado, o primeiro livro era um presente para as crianças que aprendiam a ler. Hoje, no entanto, está comprovado cientificamente que, quanto mais cedo elas entram em contato com o mundo das letras, maiores as possibilidades de se tornarem futuras leitoras. Publicações com poucas palavras ou frases soltas podem parecer mais adequadas às turmas que ainda não foram alfabetizadas - mas acabam somente passando a ideia de que a leitura é sempre rápida e fácil. Ouvindo textos maiores e melhores, os pequenos ampliam progressivamente a capacidade de ouvir e de se concentrar. Ao ter a oportunidade de conhecer a boa literatura, eles entendem, de fato, por que vale a pena ler.

"As crianças não devem ser subestimadas, e sim concebidas como leitores plenos desde antes da alfabetização."
Elizabeth D'Angelo Serra, secretária geral da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.
6 Muitas crianças não aprendem porque vêm de famílias desestruturadas
Por que é um mito Há casos de sucesso e de fracasso escolar nas diferentes organizações familiares. A existência de um núcleo tradicional - com pai, mãe e filhos - não determina a maior atenção à Educação em casa. Por que derrubá-lo Pesquisas apontam que os alunos têm melhor desempenho quando seus pais conhecem bem o sistema escolar, conversam sobre leituras realizadas e têm maior expectativa em relação à escolaridade deles. Essa atenção pode ser garantida em diferentes estruturas familiares. Todos podem estimular a vida escolar dos filhos desde que saibam como. Conhecendo seus alunos e o contexto social em que vivem, a escola pode ajudar as famílias a reconhecer o valor da assiduidade e garantir um ambiente de aprendizado em casa.

"É mais importante avaliar em que aspectos a família pode contribuir com o aprendizado dos filhos do que a forma como ela está estruturada."
José Francisco Soares, professor titular aposentado da UFMG.
7 Meninos são melhores em Matemática
Por que é um mito Todos possuem a mesma capacidade de aprendizagem, independentemente do sexo. Por que derrubá-lo Várias pesquisas demonstram, sim, que há diferenças no aprendizado entre homens e mulheres em diversas áreas. Entretanto, é necessário compreender que as diferenças são fruto de uma questão de gênero - e não biológica, inata. A divisão de papéis sociais entre meninos e meninas é que contribui para o desenvolvimento de capacidades que facilitam o aprendizado dessa ou daquela disciplina. Para superar essa realidade, é essencial que tanto a família como a escola deem as mesmas oportunidades e desafios para todos.

"Aprender, independentemente do sexo, é uma questão de igualdade de oportunidades e de direitos."
Daniela Finco, professora do Departamento de Educação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), campus de Guarulhos.
8 Creche é um mal necessário
Por que é um mito Ter um bom desenvolvimento na primeira infância é um dos fatores que mais influenciam o sucesso escolar. Mais do que cuidar da criança e alimentá-la, a creche tem como função proporcionar diferentes experiências de socialização a ela. Por que derrubá-lo A maior presença da mulher no mercado de trabalho tem ampliado a demanda por creches. Porém a decisão de matricular os pequenos não deve ser feita apenas porque os pais trabalham e não há quem cuide deles. O grande desafio é consolidar essa etapa da Educação Infantil como um momento educativo, que potencialize o desenvolvimento integral e a socialização.

"A creche não deve ser obrigatória, mas é fundamental quando, em casa, não há espaço e materiais adequados para brincar ou a possibilidade de interagir com outras crianças."
Maria Clotilde Rossetti-Ferreira, coordenadora do Centro de Investigações sobre Desenvolvimento Humano e Educação Infantil (Cindedi) da Universidade de São Paulo (USP).
9 A repetência sempre melhora o desempenho
Por que é um mito Vários estudos apontam que a reprovação tem um alto custo educacional. Quanto mais o estudante repete, maiores as possibilidades de que ele seja reprovado novamente ou abandone a escola. Por que derrubá-lo Para deteminar o que cada aluno aprendeu, não há dúvida de que é necessário avaliá-lo. A questão é o que se faz com as informações trazidas por provas e outros instrumentos. Reprovar a criança por não ter atingido os objetivos propostos e submetê-la a aulas sobre os mesmos conteúdos, inclusive aqueles que ela já domina, dificilmente vai contribuir para que aprenda mais. Uma pesquisa da UFMG comprovou isso. Com base nos resultados do Programa de Avaliação da Alfabetização (Proalfa), promovido pela Secretaria Estadual de Educação, alunos com baixo desempenho que repetem aprendem menos do que os que passam de ano. Para reduzir o índice de 11% dos que fracassam anualmente no Ensino Fundamental no país, a saída é adotar diferentes estratégias de ensino para que quem apresente dificuldades possa se recuperar durante o ano letivo.

"A repetência não traz benefícios para o aluno. Ele não vai aprender mais ao ser afastado de sua turma e passar mais um ano assistindo às mesmas aulas dadas no ano anterior. É preciso avaliar quais são suas deficiências. Não basta passar de ano. O importante é aprender."
Vera Masagão, pesquisadora e coordenadora geral da Ação Educativa, em São Paulo.
10 Sem a possibilidade de reprovação, os alunos perdem o respeito pelo professor
Por que é um mito A reprovação não é um mecanismo de punição, e sim uma medida extrema tomada quando não há possibilidade de o aluno avançar. A autoridade do professor é garantida quando ele trata os estudantes com respeito, domina os conteúdos de sua disciplina e apresenta propostas desafiadoras intelectualmente, que os fazem progredir. Por que derrubá-lo Em geral, educadores que recorrem à avaliação como meio de pressão não estão conseguindo tornar a aprendizagem significativa para os alunos. Quando crianças e jovens reconhecem que os resultados de provas, por exemplo, podem ser direcionados contra eles próprios, criam uma aversão a elas. A avaliação deve sempre ser vista como uma forma de verificar o quanto cada um avançou. Se bem elaborada, ela permite identificar as dificuldades dos alunos e, com base nisso, trabalhar para que eles se recuperem em tempo. Assim, a repetência não é mais necessária.

"A escola precisa deixar de buscar os culpados pelo fracasso escolar e passar a partilhar as responsabilidades. A motivação dos alunos deve ser aprender e não apenas passar de ano."
Ana Aragão, pesquisadora do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação Moral (Gepem), da Universidade Estadual de Campinas
11 A cópia e a repetição são boas estratégias de ensino
Por que é um mito Apenas copiar ou fazer exercícios repetitivos não garante a aprendizagem dos alunos. Por que derrubá-lo Apesar de serem práticas comuns em muitas escolas, as cópias e outras atividades de repetição por si só não ajudam a criança a avançar. Passar longos textos do quadro para o caderno ou resolver inúmeros exercícios do mesmo tipo consome um tempo precioso da aula, que poderia ser mais bem aproveitado com outras situações didáticas desafiadoras.
A ideia não é abolir de vez essas estratégias, mas só empregá-las quando houver contribuição para o aprendizado de determinada habilidade, como jogar várias vezes o mesmo jogo para aprimorar suas estratégias.
"Para aprender não é suficiente repetir um conteúdo ou memorizá-lo. Somente é possível aprender quando há reflexão sobre aquilo que se faz."
Lino de Macedo, professor do Instituto de Psicologia da USP.
12 Trabalho em grupo sempre gera indisciplina
Por que é um mito O movimento em classe e a troca de ideias podem gerar barulho, mas isso não é sinônimo de desordem. Muitas vezes, um ambiente quieto e o "bom comportamento" podem esconder dúvidas e problemas de aprendizagem. Por que derrubá-lo A atividade em grupo, em muitas situações, é a dinâmica mais eficiente e pode trazer melhores condições de aprendizado. A interação favorece a cooperação, possibilita que os estudantes entendam pontos de vista mais próximos dos seus e até revejam seus argumentos. Em geral, os mais curiosos, questionadores, que levantam dúvidas, trazem informações de seu cotidiano e contrapõem ideias são aqueles que mais aprendem.
Quando a proposta é adequada aos objetivos e motiva a todos, é grande a possibilidade de bons resultados. O importante, aqui, é acompanhar de perto o trabalho de cada grupo para garantir a produtividade.
"Quando o trabalho em grupo é orientado e supervisionado, os estudantes se sentem envolvidos e dificilmente se dispersam."
Maria Suzana de Stefano Menin, professora da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp), campus de Presidente Prudente.

13 É papel da escola elevar a autoestima dos estudantes
Por que é um mito A principal função da instituição é ensinar os conteúdos curriculares. Não é por meio de elogios rasgados e premiações para os que fazem as tarefas mais rapidamente que a garotada vai se sair bem. Por que derrubá-lo O aluno se sente capaz quando reconhece que aprendeu algo e, para que isso ocorra, é preciso que o professor saiba o nível em que está cada um. Vale lembrar que aprendemos com os erros e a avaliação eficiente é capaz de apontar em quais aspectos cada um pode melhorar. Somente boas condições de aprendizagem podem contribuir para elevar a autoestima rebaixada em relação ao desempenho escolar insuficiente. Quando um estudante com dificuldades é comparado com os melhores da sala, seu esforço pode sinalizar apenas mais um fracasso e o resultado será novamente a desmotivação.

"Muitas vezes, o fracasso escolar é atribuído a problemas emocionais ou psicológicos. Porém a principal causa dele são condições inadequadas de aprendizagem em classe."
Sueli Edi Rufini, professora do Centro de Educação, Comunicação e Artes da Universidade Estadual de Londrina (UEL).
14 Os alunos aprendem mais quando a atividade é lúdica
Por que é um mito Aprender pressupõe um esforço cognitivo e requer força de vontade, disciplina, concentração e dedicação. Atividades dinâmicas e divertidas não garantem, necessariamente, todas essas condições em sala. Por que derrubá-lo O conhecimento deve fazer as pessoas se sentirem inteligentes, capazes, fortes e autônomas. O grande desafio da escola é demonstrar a importância do saber na sociedade moderna e o quanto aprender pode ser desafiante e interessante. É dessa sensação que deve vir a satisfação pelo estudo. As brincadeiras certamente deixam os alunos mais animados, mas, se você tem como objetivo levar a turma a aprender os conteúdos previstos em cada disciplina, o melhor caminho é propor situações desafiadoras, que façam sentido para o aluno e valorizem o seu esforço em superar limites. Para planejá-la, a primeira condição é conhecer o que todos já sabem. Assim, você não apresenta um desafio tão difícil que possa desmotivá-los nem tão fácil que os desestimule a dedicar tempo a ele.

"Brincadeiras e jogos não devem ser utilizados como recurso para que os alunos façam uma atividade. A motivação precisa ser a aprendizagem. Esse é o desafio."
Bernard Charlot, professor visitante na pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Sergipe (UFS).
15 Conteúdo dado é conteúdo aprendido
Por que é um mito Ensino e aprendizagem são processos distintos. O professor ensina, propõe atividades e problemas, mas isso não significa que todos aprendam da mesma forma. Por que derrubá-lo Dar conta de todo o programa é um desafio! Por outro lado, não adianta prosseguir com o cronograma se os alunos não estiverem entendendo. Seguir para o próximo assunto e ignorar aqueles que estão com dificuldade pode trazer impactos cada vez mais difíceis de superar. Quando necessário, é preciso voltar ao mesmo assunto com outras formas de abordagem.

"Não é possível culpabilizar o aluno pelo fracasso. Se o contexto social não é favorável, o investimento educacional precisa ser maior."
Telma Weisz, supervisiona o programa Ler e Escrever, da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo.

Artigo retirado da Revista Nova Escola Web

domingo, 26 de junho de 2011

É TEMPO DE REFLETIR... ( Você sabe pedir ???)

 Estamos acostumados a pedir, em nossas orações, algo que consideramos importante, porém, quando conseguimos a graça, voltamos a pedir algo que, muitas vezes, julgávamos trivial e banal, sem ao menos agradecer as nossas súplicas anteriormente atendidas.
         Acostumados a petições intermináveis, julgamos sermos merecedores de alguma vantagem ou privilégio, simplesmente por termos uma religião e, algumas vezes, praticarmos a caridade. Doce ilusão pensar que “somos especiais” por fazer algo que não é mais do que a nossa obrigação. Podemos usar, neste caso, a metáfora do filho que barganha com o pai para ganhar um carro se passar no vestibular. Mas a barganha é coisa antiga e chega a ser cômica em algumas situações, como aquela em que o individuo barganha com Deus caso venha a ganhar na loteria; irá praticar caridade e ajudar muitas instituições beneficentes! Mas, sabemos que quando a matéria sobrepõe à espiritualidade torna-se uma arma perigosa, capaz de escravizar a sociedade sedenta e desejosa de felicidade, e achamos que na abonança financeira iremos possuir esta felicidade.
         Oramos por projetos pessoais, mas, para amenizar a consciência, alegamos intimamente que outras pessoas também serão beneficiadas. A verdade é que pensamos primeiro em nós. É difícil encontrarmos alguém rogando a Deus para que na caminhada evolutiva não obtenha nenhuma vantagem e que seja feita a vontade de Deus em sua provação.
         E somos ingratos quando não somos atendidos, achamos que Deus não olha por nós, que somos excluídos ou coisa parecida, pois tantas pessoas conseguem ser atendidas e nós, não. No livro Palavras de Vida Eterna, psicografado por Chico Xavier, pelo espírito de Emmanuel, podemos ler - no capítulo Rogar - que “Em circunstâncias diversas, acontecimentos que nos parecem males são bens que não chegamos a entender, de pronto, e basta analisar as ocorrências da vida para percebermos que muitas daquelas que se nos afiguram bens resultam em males que nos dilapidam a consciência e golpeiam o coração”. Pensamos estar preparados, mas quando este sentimento não se concretiza nos sentimos incompetentes. Pode levar anos para entendermos que aquele projeto que tanto ansiávamos poderia ser prejudicial para nós nesta encarnação por não estarmos aptos a exercê-lo na oportunidade em que tanto almejávamos.
         Mesmo assim, ainda contamos com amigos espirituais que se prejudicam por se comoverem com nossas súplicas, e em nome do amor, recorrem à espiritualidade superior, “mas nem sempre estamos habilitados a receber o que desejamos”, comenta Emmanuel.
         A verdade é que nem sempre estamos satisfeitos com o que temos, precisamos de mais. O sonho de ter um carro é normal, mas porque o vizinho tem um melhor, precisar se igualar ou superá-lo por mera vaidade já é um ato de arrogância. Perturbar-se por vulgaridades é prejudicial, afetando, inclusive, aqueles que nos cercam.
         Temos uma quantidade imensa de livros espíritas para podermos estudar, refletir, trabalhar nossa reforma íntima e moral. Porém, o livro As Vidas de Chico Xavier, escrito pelo jornalista Marcel Souto Maior, descreve com clareza e eficiência a missão do nosso querido Chico. É uma leitura imprescindível para conhecermos melhor este médium que trabalhou fervorosamente na psicografia de 412 livros, divulgando, assim, a doutrina espírita. Psicografou mais de 10 mil mensagens às mães que perderam seus filhos; doou todos os direitos autorais destes livros a entidades espíritas, pois, como ele mesmo dizia, os livros não eram dele, mas dos espíritos. Praticou a caridade na íntegra; viveu com simplicidade e cumpriu sua árdua missão.
         Depende de nós aproveitarmos cada momento no trabalho mútuo em prol do bem afinal, ninguém evolui sozinho; temos diversos companheiros no mundo físico e espiritual comprometidos conosco!

Autor: Marco Tulio Michalick                         Publicado na Revista Cristã de Espiritismo – Edição 83/2010